Comprometimento, um valor quase perdido. Como Resgatá-lo?

Vivemos em uma era de excesso de estímulos, imediatismo e recompensas instantâneas. Tudo está a um clique, uma rolagem de tela, um “curtir” de distância. E, diante desse cenário, um valor fundamental para o crescimento humano vem se tornando cada vez mais raro: o comprometimento.

Comprometer-se é mais do que “prometer” algo. É um ato de alinhamento interno entre intenção, ação e persistência, mesmo quando a motivação inicial desaparece. E é justamente aí que mora a dificuldade porque a geração atual foi treinada para reagir ao prazer imediato e não para construir algo duradouro.

A neurociência explica porque está tão difícil se comprometer hoje em dia: nosso cérebro busca recompensas rápidas porque elas liberam dopamina que é um neurotransmissor que proporciona a sensação de prazer. Redes sociais, notificações, vídeos curtos… tudo isso alimenta esse circuito. Mas esse mesmo circuito também pode sabotar a capacidade de manter o foco em projetos de longo prazo, que envolvem esforço sem gratificação imediata, como um curso, um relacionamento ou o crescimento profissional.

Além disso, do ponto de vista psicológico, vemos um aumento da ansiedade e da baixa tolerância à frustração. Comprometer-se exige resiliência emocional, e essa habilidade precisa ser desenvolvida, mas ela não nasce pronta, os jovens não são mais educados para serem resilientes, as coisas são muito fáceis para eles, não existe frustração, os pais esqueceram de como é importante para o desenvolvimento emocional e profissional passar por frustrações.

Na metodologia do coaching, comprometimento é tratado como uma decisão consciente, não uma consequência da empolgação. Para isso, alguns princípios são fundamentais:

  1. Clareza de propósito:

    Pessoas se comprometem mais quando sabem por que estão fazendo o que fazem. Ter clareza do “pra quê” é mais importante que o “como”.

  2. Microcompromissos diários:

    Em vez de grandes promessas, crie pequenos compromissos executáveis, isso torna o comprometimento mais natural.

  3. Feedback constante:

    A geração atual responde melhor a sistemas de recompensa e reconhecimento rápidos. Utilize isso a seu favor: crie métricas visíveis de progresso.

  4. A autorresponsabilidade como base:

    O compromisso começa quando a pessoa entende que ninguém virá salvá-la. Esse é um pilar do coaching: assumir 100% da responsabilidade pelos seus resultados. Não é culpa do mercado, dos pais, da escola. É escolha. E escolha é poder.

O Comprometimento é uma habilidade treinável. Não é talento, nem dom,  é treino, foco e intenção. Num mundo onde tudo parece descartável e efêmero, quem se compromete se destaca. Não por ser melhor, mas por ser mais constante. E constância é o que constrói qualquer coisa que vale a pena.

Se queremos uma geração mais comprometida, precisamos ensiná-la a ver valor no processo, não apenas na conquista. E isso começa com o exemplo dos pais, líderes, professores e mentores.

Como você vai começar a exercitar seu comprometimento? Comente aqui!

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“As nossas decisões e ações têm um peso.”